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Como falar sobre a morte com seus filhos

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Anonim

Quando uma perda ocorre em nosso ambiente imediato ou alguém é internado no hospital ou algo trágico acontece como o ataque de Barcelona, ​​as crianças, embora aparentemente não percebam a situação, geralmente estão muito conscientes de comportamentos, reações e comentários de pessoas mais velhas. Eles são detetives perfeitos, capazes de perceber nossas emoções mais profundas. E, como bons detetives, eles nos lançam perguntas que muitas vezes lutamos para responder.

Por que falar sobre a morte com uma criança é tão complicado? Certamente porque são questões que colocam nossas ideias, nossas crenças e, por que não, nossas dúvidas existenciais em xeque. Mas é melhor dar-lhes uma resposta honesta, sincera e adequada à idade.

Eles podem ler nossa linguagem não verbal e nossos silêncios, entendendo mais por meio desses signos do que pelo que entendem por nossas palavras. Por isso, quando tentamos libertar as crianças da angústia ou da preocupação, desviamos o assunto da morte e, sem perceber, aumentamos seus medos.

Uma explicação apropriada para a idade

Todos nós sabemos que a morte é um fato inevitável da vida. Também sabemos que as crianças vivenciam a notícia da morte de maneiras únicas. Algumas crianças começam a fazer perguntas por volta dos 3 anos, outras aos 10 podem ser indiferentes ao desaparecimento de um ente querido, mas ficam com o coração totalmente partido com a perda de um animal de estimação.

Os pais têm a obrigação e o dever de orientar os pequenos em suas dúvidas, sempre lembrando que os filhos têm consciência da morte muito antes de nós percebermos. Para ajudá-los, não devemos perder de vista que a cada etapa sua percepção da morte muda.

De 3 a 4 anos

Nessa idade, eles entendem a morte como uma situação reversível. Eles veem nos desenhos que o gato que persegue o pássaro é pisoteado por um carro, fica deitado no asfalto, mas depois se levanta e nada acontece. A morte ainda não é um estado definitivo para eles. Eles ainda não se sentem vulneráveis ​​porque existe uma ignorância completa. Alguns ficam curiosos ao ver insetos ou pássaros mortos, mas suas perguntas não implicam que eles queiram saber o que acontece fisicamente quando uma pessoa morre.

  • Como agir. Nesse estágio, se seu filho lhe perguntar “Ele está morto?” A melhor resposta é “Sim”, nada mais precisa ser adicionado. Não se surpreenda se, mesmo tendo falado sobre a morte, a criança volte às suas brincadeiras dizendo "Bem, nunca vou morrer". Deixe-o manter essa atitude até que precise falar sobre isso novamente.

Entre 4 e 6 anos

Nessa fase, as crianças descobrem a morte em outras pessoas, portanto, pela primeira vez, terão que se esforçar para entender algo que não aceitam e ao qual se sentem muito vulneráveis. Algumas crianças choram e sentem profunda tristeza, mas outras a resolvem por meio da fantasia. É um processo complexo no qual a razão, os sentimentos e os medos estão em jogo.

  • Como agir. Nestes casos, é melhor dar uma resposta honesta, calma e simples. Se ele perguntar se você também vai morrer, uma resposta apropriada pode ser: "Em muitos e muitos anos, quando estivermos muito, muito velhos." Evite dar explicações longas e opte por respostas fáceis de entender. Não devemos esquecer que nessas idades seu mundo ainda está entrelaçado com acontecimentos reais e imaginários, de modo que às vezes eles se dão respostas adequadas às suas necessidades. Nesse caso, você precisa deixá-los, porque isso significa que emocionalmente eles ainda não podem assumir outra resposta mais complexa.

Começando aos 7 anos

Devemos tentar amenizar seus medos porque a partir dessas idades, e mais ainda entre os 9 e 10 anos, algumas crianças ficam obcecadas com a morte como algo irreversível. Alguns chegam a elaborar teorias sobre a vida ou imaginam que, quando morrerem, terão inventado algum remédio para viver mais ou ser eternos.

  • Como agir. Esse tipo de fantasia indica que eles precisam colocar um aspecto lúdico antes do que não aceitam. Antes da adolescência, é conveniente fazer com que eles entendam a importância de lembrar as pessoas que desaparecem e você deve ter em mente que à medida que crescem e vivenciam novas experiências, precisarão de mais esclarecimentos para compreender seus sentimentos.