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Uma pandemia como o coronavírus, pode acontecer de novo?

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Anonim

Como a maioria, a pandemia do coronavírus pode ter pego você desprevenido e parece que você está vivendo um filme de ficção científica em vez de algo real. No entanto, cientistas (incluindo a OMS) vinham alertando há algum tempo que algo assim poderia acontecer. Na verdade, eles praticamente não davam valor e sua única dúvida era quando isso aconteceria. A pergunta a ser feita seria por que uma pandemia é tão previsível e, acima de tudo, se algo assim pode acontecer novamente.

Os cientistas já alertam há algum tempo que isso pode acontecer

E a resposta é sim, pode acontecer novamente. Como aponta Rafael Cantón, porta-voz da Sociedade Espanhola de Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica (SEIMC), não é a primeira nem a segunda vez que tal evento acontece e, portanto, pode acontecer novamente. Por exemplo, em 1918, a gripe "espanhola" infectou um terço da população mundial e matou 50 milhões de pessoas. E embora agora tenhamos mais meios para lidar com emergências de saúde como esta, também existem elementos que contribuem para o seu desenvolvimento. Conforme explicado no relatório "Emergências pandêmicas em um mundo globalizado: ameaças à segurança", publicado pelo Instituto Espanhol de Estudos Estratégicos (IEEE),Os modos de vida na sociedade atual contribuem para o crescente número de doenças infecciosas e sua rápida expansão.

MAIS DOENÇAS INFECCIOSAS

Os números são conclusivos a esse respeito, o número de novas doenças por década se multiplicou por quatro nos últimos 60 anos e, segundo relatório da OMS, em um único período de cinco anos foram detectados mais de 1.100 eventos epidêmicos. E nos últimos anos, por exemplo, houve uma epidemia de Ebola na África Ocidental, de Zika na América do Sul e de peste em Madagascar, além da atual pandemia de Covid-19.

MAIS CONECTADO

Cada vez mais pessoas vivem nas grandes cidades e nas áreas mais pobres do planeta, essas grandes cidades têm crescido de forma desordenada, com poucos recursos e sem condições higiênicas que atendam a um mínimo, o que gera um terreno fértil perfeito para a extensão de. doenças.

Além disso, hoje podemos ir de uma parte do mundo para outra em apenas algumas horas. E essa facilidade e rapidez no transporte de pessoas e animais (e com eles, os vírus), favorece que, como afirma o Dr. Cantón, a transmissão de microrganismos seja muito mais rápida do que antes e que o risco de as pandemias são maiores.

UM AMBIENTE ABUSADO

E se isso não bastasse, a mudança climática também desempenha um papel. Como explica Rafael Cantón, existem doenças infecciosas transmitidas por mosquitos e outros artrópodes; as mudanças climáticas podem levá-los a mudar seus habitats e, como consequência, espalhar doenças de um lugar para outro. Assim, as mudanças climáticas estão favorecendo a disseminação de certas doenças infecciosas de origem tropical, principalmente aquelas transmitidas por mosquitos; assim, doenças como Zika e dengue podem acabar se espalhando para a Europa, Estados Unidos e Canadá. Além disso, há dados que sugerem que existem alguns microrganismos (como a candida auris) que podem ser devido às mudanças climáticas que estamos vivenciando.

Por sua vez, a diminuição da biodiversidade também desempenha um papel importante, uma vez que, como vários estudos têm mostrado, está associada a uma maior disseminação de doenças infecciosas. Observou-se que as espécies que costumam desaparecer dos ecossistemas são aquelas menos suscetíveis a abrigar vírus ou microrganismos infecciosos. Pelo contrário, aqueles que sobrevivem são aqueles que transportam e propagam doenças de forma mais eficaz. O resultado é que a porcentagem de espécies portadoras aumenta e isso, por sua vez, aumenta a possibilidade de infecções.

MELHOR PREPARADO AGORA DO QUE ANTES?

Em princípio, estamos mais bem preparados para enfrentar as pandemias do que anos atrás, quando elas devastaram a população. No entanto, o Global Preparedness Monitoring Board (GPMB), um órgão de vigilância independente para garantir a preparação para crises globais de saúde, observou em um relatório que não estávamos prontos para lidar com algo assim. Algo que a OMS também apontou em um documento de apenas seis meses atrás no qual, além de alertar para o risco de uma pandemia, destacou que muitas das lições e recomendações que surgiram de emergências anteriores não foram aplicadas ou colocadas em prática.

Além disso, deve-se acrescentar que o uso massivo de certos antibióticos e antivírus pode causar mutações e resistência às bactérias e vírus, tornando o seu combate muito mais difícil.

O COVID-19 VAI RETORNAR?

E se for possível que soframos outra pandemia, a Covid-19 poderia voltar? Rafael Cantón explica que não sabemos se ele voltará no ano que vem. Temos um exemplo anterior, o coronavírus SARS-CoV, que desapareceu completamente e não foi encontrado novamente; então isso também pode desaparecer. Agora, se Covid-19 reaparecer, a resposta imunológica de pessoas que estiveram em contato com o vírus impedirá que ele se espalhe novamente da maneira que vimos agora.